Todas as 42 nascentes do concelho de Sintra analisadas por um grupo de peritos contêm água imprópria para consumo, tendo sido recomendada à Autoridade de Saúde a afixação de avisos à população e o encerramento de algumas bicas e fontanários.
As conclusões das análises, efectuadas por investigadores do Instituto Nacional Ricardo Jorge, foram ontem divulgadas no 9º Congresso da Água, que decorre até hoje no Estoril, e mostram que 38 das 42 nascentes estudadas contêm água classificada de “alto risco” para a saúde pública devido a contaminação fecal.
“A origem dessa contaminação pode estar relacionada com fossas sépticas, rupturas na rede de esgotos ou até, no que respeita às nascentes em meios rurais, por causa dos dejectos de galinhas ou ovelhas”, explicou à agência Lusa Maria Helena Rebelo, uma das autoras do estudo. Muitas dessas bicas e fontanários, com água de nascentes naturais, continuam a ser muito procuradas pela população local, que chega a fazer fila para poder encher os seus garrafões.
Mas hoje, Luís Simões, administrador do SMAS, admitiu à rádio Renascença que a situação é mais problemática do que o estudo do Instituto Nacional Ricardo Jorge revela. Segundo esse responsável são cerca de 80 os chafarizes públicos de Sintra com água imprópria para consumo. Para já, foram colocadas placas de aviso provisórias nos 38 nascentes identificadas pelo Instituto Nacional Ricardo Jorge, um trabalho que começou assim que o SMAS recebeu o relatório, no final de Março, explica Luís Simões. A partir de meados da próxima semana começarão a ser colocadas placas definitivas nos cerca de 80 chafarizes do concelho de Sintra com água imprópria para consumo.
FM com LUSA