A linha de muito alta tensão Fanhões-Trajouce foi reactivada ontem às 22:25.
"Voltámos à normalidade", disse o director coordenador da REN, Artur Lourenço à agência LUSA, reafirmando que o transporte de electricidade na linha de muito alta tensão Fanhões Trajouce é "fundamental" para a segurança do abastecimento de energia a centenas de milhares de pessoas na parte Ocidental da Grande Lisboa.
A ligação surge na sequência da decisão do Tribunal de Sintra que considerou improcedente a acção principal da Junta de Freguesia de Monte Abraão contra a REN, decisão que desbloqueou a suspensão cautelar imposta pelo Tribunal Central e Administrativo do Sul.
Fátima Campos, presidente da Junta de Freguesia de Monte Abraão, afirmou ao CORREIO DA CIDADE que não vai desistir desta luta contra a REN. "Estou mais motivada que nunca", afirmou a autarca socialista que teceu duras criticas ao Governo e à REN.
O Movimento Nacional contra as linhas de alta tensão junto a habitações já reagiu a estes novos desenvolvimentos, através da sua porta-voz, Helena Carmo, que disse à agência LUSA que se encontra a estudar a situação, garantindo que "se no passado houve protestos, certamente que no futuro também os haverá".
"Foi com tristeza que tivemos conhecimento (da activação da linha). Em Portugal as leis não protegem as populações", sublinhou Helena Carmo, adiantando que o movimento pretende pedir "uma alteração à lei" que dificulte a colocação de linhas de muito alta tensão junto a habitações.
"É preciso que, assim como acontece com o ambiente, as pessoas sejam preservadas. Se em Rede Natura não se pode colocar postes de alta tensão, porque é que por cima da minha casa pode", questionou.
Helena Carmo lembrou que decorre no tribunal de Sintra uma acção movida por um grupo de cidadãos, o qual aguarda ainda "que a juíza que tem o processo marque a primeira audiência".
"Continuaremos a fazer divulgação pública sobre o contraditório que é esta questão", sublinhou. FM com LUSA