O dia 15 de Setembro ficou marcado pelo regresso às aulas de mais de um milhão de alunos por todo o país. Na cidade de Queluz foram milhares de alunos que voltaram das férias escolares. O CORREIO DA CIDADE acompanhou o início do ano na escola secundária Stuart Carvalhais em Massamá. Uma das maiores escolas secundárias do concelho, com cerca de 1700 alunos, já vivia a um ritmo acelerado pouco depois das 7h da manhã. Amélia Almeida, encarregada de pessoal auxiliar, descreveu ao CORREIO DA CIDADE a forma como a escola começa cada dia. "Por volta das sete os primeiros funcionários chegam à escola para preparar tudo", afirma. Num dos pavilhões da Stuart Carvalhais a azáfama já era muita. No meio das limpezas das salas e corredores era possível ver muito pó e sujidade de obras de última hora. "Durante as férias fizemos uma limpeza profunda na escola e agora no primeiro dia de aulas a escola está neste estado", queixavam-se algumas das responsáveis pela limpeza. O muito pó e algum entulho que se acumulavam na Stuart Carvalhais tinham uma justificação. A colocação de internet em todas as salas de aulas implicou obras para que as calhas pudessem levar os fios da auto-estrada da informação a cada sala de aula. Mas, para quem as limpava, nem este nem outro motivo eram justificação para tanta sujidade.
O primeiro dia de aulas na Stuart Carvalhais foi substituído por um dia de apresentações. As primeiras decorreram às 9h, mas pouco depois das 8h começaram a chegar os primeiros alunos. As expectativas para o novo ano lectivo são muitas. Os alunos mais novos sentem o receio de quem chega a um novo ambiente. "É o primeiro ano que estou nesta escola, mas acho que me vou adaptar", confessa o Daniel. Os outros colocam a conversa em dia e começam a conhecer a turma onde vão estar durante os próximos meses.
A DEMOCRATIZAÇÃO DA INTERNET
A colocação de internet em todas as salas de aula é a grande novidade de 2008 na Stuart Carvalhais. O professor João Carlos Ribeiro, do Concelho Executivo, adianta que após a colocação de internet, e ainda durante o 1º período, a escola terá em cada sala de aula um computador. "Este processo implica obras de colocação de fio e calha por toda a escola e a colocação de uma unidade de acesso à internet que faz a derivação em cada pavilhão", afirma o professor do secundário. Mas o plano tecnológico que está a ser aplicado nesta escola também contempla quadros interactivos e vídeo projectores. "O objectivo será que, ao longo dos próximos dois a três anos, se chegue ao rácio de um quadro interactivo e um vídeo projector por cada sala, e um computador por cada dois alunos, sublinha João Carlos Ribeiro.
GRANDE PROBLEMAS, MAS GRANDE POTENCIALIDADE
A Stuart Carvalhais é uma das três escolas secundárias da cidade de Queluz. A escola Miguel Torga na freguesia de Monte Abraão e a Padre Alberto Neto na freguesia de Queluz são as outras duas. A realidade das secundárias da cidade é semelhante, no entanto, na Stuart Carvalhais sente-se a pressão do grande crescimento populacional da zona. "Temos muitos alunos, somos uma secundária em que convivem muitas realidades sociais", afirma João Carlos Ribeiro que lembra, "nesta escola temos alunos muito problemáticos, mas também temos alunos excepcionais, há de tudo".
LIGAÇÃO DA ESCOLA À COMUNIDADE
Outro dos pontos essênciais no dia-a-dia da escola é a ligação à comunidade. O professor João Carlos Ribeiro não tem dúvidas em afirmar que existem muitos problemas nesta área. "Muitas vezes os pais estão distantes da escola e só se preocupam quando as coisas correm mal", lembra. Sobre a ligação à comunidade admite haver muito caminho por fazer. "Sentimos algumas vezes que do exterior vem muitas pressões, mas a verdade é que também temos dificuldade que criam uma ligação positiva e que resulte com a comunidade que nos rodeia", afirma. João Carlos Ribeiro elogia por exemplo o trabalho do presidente da Junta de Freguesia de Massamá e da Associação de Pais, que classifica de incansável relativamente à escola. O banco Caixa Geral de Depósitos e algum do comércio também desempenham um importante papel.
MAU EXEMPLO DA D. PEDRO IV
Outro dos estabelecimentos de ensino visitados pelo CORREIO DA CIDADE foi o agrupamento de escolas D. Pedro IV em Monte Abraão. Neste caso, e apesar da visita ter sido previamente combinada, acabámos por ver barrada a entrada na escola. Aparentemente uma falha de comunicação entre responsáveis daquele estabelecimento de ensino impediu a realização da reportagem. Assim sendo foi apenas possível chegar à conversa com alguns pais, que deixavam os seus filhos na escola para o primeiro dia de aulas.
O PRIMEIRO DIA DO DIOGO
Apesar de negar, Hélder Matias não consegue disfarçar algum nervosismo pelo primeiro dia de aulas do seu filho Diogo. A nova escola causa ansiedade no pequeno Diogo Matias que confessa estar curioso para "conhecer os novos colegas". O pai realça que é importante "as crianças começarem a ter alguma autonomia e liberdade desde cedo".
BOAS EXPECTATIVAS PARA GONÇALO
Já o Gonçalo Silvestre prepara-se para iniciar o 6º ano de escolaridade, o segundo no agrupamento de escolas D. Pedro IV. O pai refere ao CORREIO DA CIDADE que aguarda que o ano lectivo "decorra com naturalidade", realçando que tem "boas expectativas", relativamente às notas do filho.
Publicado na Edição do Correio da Cidade de Queluz
RM com HC