As obras de alargamento do Itinerário Complementar 19 (IC19) deverão ficar concluídas até Dezembro, mas os autarcas das freguesias da zona reclamam outras intervenções para reduzir o trânsito de uma das vias mais congestionadas da Europa.
“Acho que o IC19 estará concluído até ao Natal. Será uma boa prenda para todos os sintrenses”, disse à agência Lusa o presidente da autarquia, embora a maior parte do projecto fique concluído já em Outubro.
Actualmente, e enquanto as obras não estão concluídas, os 130 mil condutores que diariamente utilizam o IC19 enfrentam diversos obstáculos que condicionam o trânsito no percurso Lisboa-Sintra.
Segundo a empresa Estradas de Portugal, a quase totalidade das obras de alargamento deste itinerário ficará concluída ainda em Outubro, restando apenas a conclusão de 400 metros do nó de Paiões, junto ao Cacém.
“Com a conclusão do alargamento do IC19 haverá uma melhoria nas condições de circulação, situação esta que será ainda mais significativa” com o IC16, entre o Lourel e a CREL (A16) do fecho do IC17, no lanço Buraca/Pontinha, no decorrer do ano de 2009, refere a empresa.
Guadalupe Gonçalves, porta-voz da Comissão para a Mobilidade Sustentável no Concelho de Sintra, mostrou-se satisfeita com a conclusão do IC19, embora lamente a falta de soluções complementares.
“O IC19 é uma obra importante, mas sozinho não adianta muito. Falta uma alternativa a este itinerário”, disse a responsável da comissão, que aguarda a construção de duas alternativas ao IC19: a A16/IC16 e a circular Nascente/Poente ao Cacém.
“As obras na A16 estão atrasadas, as da circular Nascente/Poente ao Cacém também. E são duas obras que vão tirar muito do trânsito que existe em Monte Abraão, Agualva e Cacém”, sustentou, lamentando que o facto destas freguesias estarem “constantemente engarrafadas” não tenha permitido a construção de faixas para os transportes públicos.
O presidente da Junta de Freguesia de Agualva, Rui Castelhano, considera que a conclusão das obras do IC19 é de extrema importância para os seus munícipes, embora “não resolva o problema de fundo”.
“Na minha opinião ajuda a que exista menos tráfego mas não vai resolver o problema de fundo que são os acessos por dentro das localidades. As pessoas demoram muito tempo a chegar ao IC19”, disse.
Para o presidente da Junta do Cacém, José Faustino, “as entradas e saídas das freguesias produzem um efeito de estrangulamento e só o alargamento do IC19 não chega”.
“A futura Circular Nascente/Poente ao Cacém também é importante e vai minimizar as horas que as pessoas passam no IC19”, disse o autarca, adiantando desconhecer a data para a conclusão desta via.
Já o autarca de Rio de Mouro, Filipe Santos, adiantou à Lusa que a sua Junta de Freguesia tentou “prever o alargamento do IC19 com melhorias nos acessos internos”.
“Negociámos com outras entidades o alargamento e melhoria dos nossos acessos. A principal prende-se com o alargamento para duas vias do acesso pela Rinchoa, que vai estar pronto até final do ano”, disse.
O alargamento de duas para três vias no IC19 teve início em Setembro de 2000 no troço entre Alfragide e Hospital Amadora/Sintra, estando agora em fase de conclusão da via junto a Ranholas, num investimento que ronda os 46 milhões de euros.
Com o fim das obras, todo o percurso do IC19 terá três vias em cada sentido e quatro junto aos nós de saída.
LUSA