As urgências hospitalares estão a registar uma afluência muito elevada, com o Hospital Amadora-Sintra a registar um tempo de espera de 12 horas para os casos urgentes e muito urgentes e a prever que os menos graves só sejam atendidos sábado.
De acordo com o director clínico do Hospital Amadora-Sintra, Luís Cunã, a afluência ao serviço de urgência desta unidade de saúde está a ser “anormalmente elevada” para a época e para as capacidades da instituição.
O médico revelou que os casos urgentes e muito urgentes estão a registar um tempo médio de espera para serem atendidos na ordem das 12 horas.
Os outros casos menos graves, que são a maioria dos utentes que estão a ocorrer a este serviço, nem sequer têm data prevista para o atendimento, sendo seguramente a partir de sábado.
Luís Cunã está preocupado com a situação, principalmente com os casos “não urgentes” que não param de chegar a este hospital que atende uma população na ordem dos 700 mil habitantes.
Para esta tão elevada procura, estão actualmente a trabalhar 12 profissionais, dos quais oito médicos. Para o horário nocturno, é previsível que o número de profissionais diminua.
Os casos que afluem à urgência do Amadora-Sintra são essencialmente do foro respiratório, “das situações graves às simples constipações”.
Os profissionais estão a tentar responder aos casos mais graves, nomeadamente do foro cardíaco e pulmonar, bem como faltas de ar documentadas, segundo o director-clínico da instituição.
URGÊNCIAS APENAS EM "NECESSIDADE ABSOLUTA"
O director-Geral da Saúde recomendou hoje aos utentes que recorram às urgências hospitalares para o fazerem apenas quando tenham uma "necessidade absoluta", pois caso contrário podem prejudicar este serviço.
Francisco George falava à Agência Lusa a propósito da elevada afluência que várias urgências hospitalares estão a registar em Lisboa e que, em alguns casos, obrigam a que os casos urgentes e muito urgentes demorem 12 horas para ser atendidos, como no Hospital Amadora-Sintra.
Para o director-Geral da Saúde, a urgência hospitalar deve ser um último recurso e só quando o doente sinta uma “necessidade absoluta”.
Antes disso, o doente deve consultar o seu médico de família ou assistente e, quando isso não for possível, ligar para a linha Saúde 24.
Contactado pela Lusa, o responsável deste serviço telefónico revelou que se tem registado um aumento das chamadas, nomeadamente na última semana.
“Recebemos normalmente cerca de 1.500 chamadas diárias e estamos actualmente a receber 1.800”, disse Sérgio Gomes.
Este responsável adiantou que os profissionais da Saúde 24 tentam que os doentes fiquem em casa “sempre que não revelem sintomas que indiquem a necessidade de assistência médica”.
O padrão respiratório é o que regista mais motivos de telefonemas para a Saúde 24, o que em parte se deve à actividade gripal que se regista em Portugal.
Isso mesmo disse à Lusa o director-Geral da Saúde, para quem a actividade gripal, “embora com uma expressão moderada, apresenta já um nível epidémico”.
LUSA com FM