Os comerciantes de Algueirão-Mem Martins denunciam o clima de insegurança que domina as pessoas junto à estação devido à “venda de droga a luz do dia” e aos assaltos que, dizem, diariamente acontecem no local.
Há vários anos, “quando os cafés ainda estavam abertos até à uma da manhã”, que o barbeiro António Manuel vive junto à estação. Nesta altura “dormia em casa com as janelas e as portas abertas”, mas actualmente “nem com trancas nas portas e grades nas janelas” se sente descansado.
Segundo este comerciante, os assaltos, os roubos por esticão e o tráfico de droga têm aumentado a olhos vistos. “Vê-se pessoas a vender pacotinhos em plena luz do dia à porta da estação. Há aqui carros a distribuir droga, há aqui muito tráfico e pouca polícia”, disse António Manuel, garantindo que a partir das 21:00 ninguém sai à rua.
Já a proprietária de outro estabelecimento, observadora atenta a tudo o que se passa no local, refere que “todos os dias aparecem aqui coisas mal feitas: a cabine telefónica é levada para lhe tirarem as moedas, partem os vidros da máquina dos bilhetes e levam constantemente botijas de gás ali de uma mercearia”.
“Tenho muito medo. Durante o dia não tenho, mas quando chega a noite isto fica mais complicado. Nunca junto aqui dinheiro senão levavam-mo”, disse a comerciante, adiantando que já foi “assaltada muitas vezes”.
Uma das clientes deste estabelecimento adiantou ao Correio da Cidade raramente sair de casa quando cai a noite, devido ao clima de medo instaurado por situações como as da semana passada, a 10 de Março, quando “houve uma noite em que foram partidas vitrinas de seis ou sete lojas”.
O proprietário de um destes estabelecimentos lamenta que a polícia “não ponha mão nesta gente” e queixa-se de, por sucessivas vezes, ter sido alvo de actos de vandalismo e não só.
“Aqui há tempos estávamos a trabalhar e entrou aqui um grupo de cinco rapazes e sentaram-se nos bancos. Nessa altura fui-me por junto da máquina registadora e peguei no telemóvel para fazer de conta que estava a ligar à polícia. Havia de os ver, levantaram-se logo e fugiram levando com eles uma das máquinas de cortar cabelo que aqui tinha e que nem era minha”, referiu.
O comerciante referiu não ter feito queixa à polícia porque “já uma vez um homem roubou-me uma mochila de dentro do carro, foi apanhado pela GNR e depois de fazer queixa ele saiu de lá primeiro do que eu. Há por aí muitos toxicodependentes, pelo menos é o que os clientes dizem”.
Já uma cabeleireira, que também viu a sua montra vandalizada na última semana, refere ter conhecimento da existência de muitos assaltos na estação a senhoras mais idosas.
“Isto está muito perigoso, já há duas semanas assaltaram duas lojas chineses, à mesma hora, uma do lado de Mem Martins outra no Algueirão”, disse.
Um dos proprietários de um estabelecimento dentro da estação convive diariamente com o medo do que lhe possa acontecer. Há vários anos a trabalhar no local, este comerciante referiu “ver muita coisa” e que às vezes se “ouvem gritos”.”Tenho que conviver com a situação. Se chamar a polícia aparecem-se aqui meia hora depois e já não dá em nada”, adiantou.
A criminalidade junto à estação de comboios é uma preocupação que já chegou à Assembleia da Republica. Os deputados do PCP, Bruno Dias e António Filipe, questionaram recentemente o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações acerca das que medidas que o Governo pretende tomar para que sejam solucionados os problemas de insegurança nas estações da linha de Sintra.
Segundo os deputados, nos últimos tempos os utentes destas estações “têm-se deparado com problemas de insegurança, com tendência ao seu agravamento”.
“A situação mais gravosa acontece na Estação de Algueirão-Mem Martins. Aí verifica-se uma situação de insegurança pública por via do aumento do tráfico de estupefacientes na estação e no largo da mesma. As queixas de roubos a utentes, as pessoas que circulam na via pública, e o desespero dos comerciantes ao verem a degradação do local, tem crescido ao longo dos últimos meses. O mau estado de conservação e a pouca presença policial (segundo informações da população) possibilitam o proliferar destas situações”, pode ler-se no documento enviado ao ministro.
Publicado na Edição 97 do Correio da Cidade de Algueirão-Mem Martins
jreis@correiodacidade.net
Há vários anos, “quando os cafés ainda estavam abertos até à uma da manhã”, que o barbeiro António Manuel vive junto à estação. Nesta altura “dormia em casa com as janelas e as portas abertas”, mas actualmente “nem com trancas nas portas e grades nas janelas” se sente descansado.
Segundo este comerciante, os assaltos, os roubos por esticão e o tráfico de droga têm aumentado a olhos vistos. “Vê-se pessoas a vender pacotinhos em plena luz do dia à porta da estação. Há aqui carros a distribuir droga, há aqui muito tráfico e pouca polícia”, disse António Manuel, garantindo que a partir das 21:00 ninguém sai à rua.
Já a proprietária de outro estabelecimento, observadora atenta a tudo o que se passa no local, refere que “todos os dias aparecem aqui coisas mal feitas: a cabine telefónica é levada para lhe tirarem as moedas, partem os vidros da máquina dos bilhetes e levam constantemente botijas de gás ali de uma mercearia”.
“Tenho muito medo. Durante o dia não tenho, mas quando chega a noite isto fica mais complicado. Nunca junto aqui dinheiro senão levavam-mo”, disse a comerciante, adiantando que já foi “assaltada muitas vezes”.
Uma das clientes deste estabelecimento adiantou ao Correio da Cidade raramente sair de casa quando cai a noite, devido ao clima de medo instaurado por situações como as da semana passada, a 10 de Março, quando “houve uma noite em que foram partidas vitrinas de seis ou sete lojas”.
O proprietário de um destes estabelecimentos lamenta que a polícia “não ponha mão nesta gente” e queixa-se de, por sucessivas vezes, ter sido alvo de actos de vandalismo e não só.
“Aqui há tempos estávamos a trabalhar e entrou aqui um grupo de cinco rapazes e sentaram-se nos bancos. Nessa altura fui-me por junto da máquina registadora e peguei no telemóvel para fazer de conta que estava a ligar à polícia. Havia de os ver, levantaram-se logo e fugiram levando com eles uma das máquinas de cortar cabelo que aqui tinha e que nem era minha”, referiu.
O comerciante referiu não ter feito queixa à polícia porque “já uma vez um homem roubou-me uma mochila de dentro do carro, foi apanhado pela GNR e depois de fazer queixa ele saiu de lá primeiro do que eu. Há por aí muitos toxicodependentes, pelo menos é o que os clientes dizem”.
Já uma cabeleireira, que também viu a sua montra vandalizada na última semana, refere ter conhecimento da existência de muitos assaltos na estação a senhoras mais idosas.
“Isto está muito perigoso, já há duas semanas assaltaram duas lojas chineses, à mesma hora, uma do lado de Mem Martins outra no Algueirão”, disse.
Um dos proprietários de um estabelecimento dentro da estação convive diariamente com o medo do que lhe possa acontecer. Há vários anos a trabalhar no local, este comerciante referiu “ver muita coisa” e que às vezes se “ouvem gritos”.”Tenho que conviver com a situação. Se chamar a polícia aparecem-se aqui meia hora depois e já não dá em nada”, adiantou.
A criminalidade junto à estação de comboios é uma preocupação que já chegou à Assembleia da Republica. Os deputados do PCP, Bruno Dias e António Filipe, questionaram recentemente o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações acerca das que medidas que o Governo pretende tomar para que sejam solucionados os problemas de insegurança nas estações da linha de Sintra.
Segundo os deputados, nos últimos tempos os utentes destas estações “têm-se deparado com problemas de insegurança, com tendência ao seu agravamento”.
“A situação mais gravosa acontece na Estação de Algueirão-Mem Martins. Aí verifica-se uma situação de insegurança pública por via do aumento do tráfico de estupefacientes na estação e no largo da mesma. As queixas de roubos a utentes, as pessoas que circulam na via pública, e o desespero dos comerciantes ao verem a degradação do local, tem crescido ao longo dos últimos meses. O mau estado de conservação e a pouca presença policial (segundo informações da população) possibilitam o proliferar destas situações”, pode ler-se no documento enviado ao ministro.
Publicado na Edição 97 do Correio da Cidade de Algueirão-Mem Martins
jreis@correiodacidade.net