O PS e a CDU da Junta de Freguesia de Agualva acusam o presidente Rui Castelhano e um vogal daquele órgão de estarem a pagar formação em pós-graduações na área de Sistemas Integrados, de Gestão, Qualidade, Ambiente, Segurança e Responsabilidade Social, com dinheiros da autarquia, num valor de 6360 euros.
Rui Ramos, representante da CDU na Assembleia de Freguesia de Agualva, disse ao Correio da Cidade que o presidente da Junta (PSD), Rui Castelhano, e um vogal do executivo, Óscar Martins, “encontram-se, desde Dezembro de 2008, a frequentar a pós-graduação a custas da junta de freguesia”.
“Esta pós-graduação termina dois meses depois de expirar o actual mandato. Verificámos que todas as deslocações do presidente para frequentar a pós-graduação em Lisboa também foram pagas pela junta de freguesia, num total de 332 euros”, disse.
O PS e a CDU denunciam ainda algumas despesas de quilómetros apresentados por Rui Castelhano, por entenderem que são números “excessivos”, tendo já solicitado uma auditoria às contas por parte da Inspecção-geral da Administração Local (IGAL) e do Tribunal de Contas.
“O aspecto que se nos afigurou mais estranho foi a ida do presidente de férias a uma sexta-feira e, no domingo seguinte, ter-se deslocado 500 quilómetros para Agualva, para inaugurar o Parque Abel dos Santos. No final das férias deslocou-se em visita à freguesia do Canidelo, em Gaia, e cobrou à autarquia mais 700 quilómetros”, adiantou Rui Ramos.
De acordo com o socialista Manuel Rocha, os partidos da oposição em Agualva solicitaram justificações a Rui Castelhano de forma a que justifique “como é que apresenta cinquenta quilómetros para se deslocar da junta até à escola Ferreira Dias, que fica do outro lado da rua”.
“Vamos apresentar queixa ao Ministério Público porque encontrámos aqui muitas ilegalidades que, de acordo com as contas que fizemos, já ascendem a 20 mil euros de utilização de dinheiros da junta em proveito pessoal”, adiantou.
Contactado pelo Correio da Cidade, Rui Castelhano não quis comentar estas acusações, salientando que responderá apenas ao “Tribunal de Contas e ao IGAL”.
“Não se pode lançar estas suspeitas em vão. Espero que, depois de avaliado no tribunal de contas e no IGAL, haja consequências políticas porque não é a três meses das eleições que se lançam estas suspeitas”. O presidente da junta disponibilizou-se para, mais tarde, apresentar os documentos relacionados com o caso.
Publicado na edição do Correio da Cidade de Agualva-Cacém
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